Bell em entrevista - Revista Contigo

Chicleteiro caseiro
Com exclusividade para a Contigo!, o vocalista do Chiclete com Banana abriu pela primeira vez seu refúgio no recôncavo baiano, a Fazenda Ana Bonita, um lugar bucólico, onde cria ovelhas e galinhas e namora muito a mulher, Ana, com quem está há 31 anos.


Quando não está no palco - coisa rara, afinal faz cerca de 150 shows por ano! -, Washington Bell Marques da Silva, 55 anos, ou simplesmente o Bell do Chiclete com Banana, garante que é ''100% família''. E o lugar que mais gosta de ficar com a mulher, Ana, 45, e os filhos, Rafael, 20, e Filipe, 13, é em sua fazenda em Cabaceiras do Paraguaçu, município com apenas 18 mil habitantes, a 150 quilômetros de Salvador.

O lugar foi batizado de Ana Bonita em homenagem à mulher, por quem declara ter a mesma paixão de 31 anos atrás, quando a conheceu em um baile de Carnaval baiano, numa época em que o Chiclete ainda nem existia, e ele tocava rock na banda Scorpius! ''Ela tinha 14 anos e eu, 24 (risos). Mas o pai dela só deixou a gente casar quando ela fez 18'', divertiu-se Bell. E foi assim, revelando aos poucos sua intimidade, que ele abriu pela primeira vez o paraíso que construiu há sete anos. ''Ficar com a Aninha e os meninos aqui na fazenda é tudo para mim. É um lugar tranqüilo, contemplativo, bucólico, de paz. Aaahhh... isso me faz um bem danado! Quando não estou cantando, 100% do meu tempo é para a minha família. E sou bem caseiro. Podem até achar, mas não sou baladeiro, não sou da gandaia, não viro a noite com um monte de loucos'', garantiu Bell.



Vida calma
Era uma tarde nublada de inverno e o casarão da fazenda, projetado pelo arquiteto Marcos Barbosa, com 11 quartos independentes, e decorado pelos donos, estava cheia de amigos - quase 50! - que o megastar do axé baiano recebeu durante as festas de São João. Bell, muito à vontade, de camiseta, calça de algodão e chinelos, esperava ansiosamente pelo cozido. ''Vocês chegaram na hora certa, o almoço já vai sair'', disparou o cantor, sempre sorrindo e com os braços abertos para quem chega a sua casa de campo às margens do Rio Paraguaçu.

''Não faço questão de luxo, dinheiro nunca me subiu à cabeça. Não tenho carro do ano, aliás o da Ana é de quatro anos atrás e está novo! Nem tenho avião, nada disso. E você vê, minha casa é bem cuidada, bonitinha, mas não ostento nada, nem sei quantos hectares são (são mais de 100 hectares)! Gosto mesmo é das plantas, dos bichos, da terra. E de estar com os amigos, que é uma coisa muito importante na minha vida. Minha vida fora dos palcos é bem calma, gosto de viver desse jeito'', garantiu o anfitrião, que não tira a bandana nem quando está em casa. ''Só às vezes, já me acostumei com ela. Eu me sinto mais bonito assim (risos). E, quando tiro, pedem para colocá-la'', riu.




Ele comprou uma ilha!
Antes que o cozido ficasse pronto, Bell nos levou para conhecer seus lugares preferidos na propriedade. O primeiro foi o jardim de inverno, ao lado da sala principal, cercado por 11 quartos. ''Esta casa tem um ótimo astral, é feliz!'', descreveu.

Dali, Bell nos levou às margens do Rio Paraguaçu, depois mostrou a fogueira que fez para a criançada na noite anterior. ''Venho para cá o ano todo. No verão, os meninos gostam de esquiar no Rio, eu puxo a lancha e eles fazem wake. No ano que vem, vamos ter também uma casa de praia, compramos uma ilha na Baía de Todos os Santos e estamos construindo. É um lugar muito legal, mas não é por luxo. É só porque eu, infelizmente, não tenho como ir à praia por causa do assédio. É só por isso que vou ter uma praia só para mim...'', revelou.




Manual do apaixonado
Quando Ana apareceu por perto, Bell disparou, apaixonado, em italiano: ''Amore mio!!'' É assim que ele chama a mulher, e por isso até deu a ela um anel de ouro branco e amarelo com a frase gravada. ''Ou então a chamo de 'mulher amada'. Sou romântico mesmo e muito carinhoso. Acho indispensável manter o romantismo para conviver com uma mulher tão especial como Aninha. Após 31 anos com uma pessoa, você tem de estar supermotivado para que a paixão se renove. Sempre fomos apegados, sempre passamos muito tempo juntos, e sempre com o mesmo carinho, sem deixar de dar aquele cheirinho, aquele beijinho... Acho que somos eternos apaixonados realmente. Não é difícil... Aninha é uma pessoa encantadora, que me motiva, é inteligente, perspicaz. Ela tem muitas, muitas qualidades. Além de ser linda, maravilhosa'', declarou-se.

Ana, um pouco sem jeito, devolveu: ''É gostoso ouvir isso, mas fico envergonhada até hoje. Sou tímida e ele é 'bocão', fala tudo. Ele me elogia muito, me chama o dia inteiro de 'mulher maravilhosa', me acha o máximo e me dá muito, muito presente. Acho que minha mandinga foi bem feita'', divertiu-se Ana. ''Falando sério, nossa paixão é de arrepiar, de torcer, de dançar agarrado a noite inteira. É uma coisa de química mesmo, sabe? Quando não estamos juntos, sinto falta da pele dele, do cheiro'', completou.




Sucesso e privilégio
Ao se encontrarem, os dois foram namorar, claro, em um balanço no jardim, um dos cantos favoritos do casal. ''Apesar de adorar receber os amigos, a gente tem sempre um tempo só para nós dois. Durante a semana, é sagrado ter um dia para sair para namorar, tomar um vinhozinho...'', contou Ana. ''É verdade, sou totalmente workaholic. Mas no momento em que estou com ela, ou com meus filhos, procuro estar inteiro. Minha vida vale a pena por causa da Ana e dos meus filhos. Sou privilegiado por todo o sucesso de 25 anos do Chiclete e por ter a família que eu tenho, que eu amo'', resumiu Bell.

E os filhos podem seguir o pai. ''O maior prazer que tenho é ensaiar com eles. Filipe toca guitarra e Rafael canta. Eu babo. Se tocarem comigo um dia, será muito bom. Meu medo é a comparação, porque sou muito bem-sucedido. Mas eles conseguem. Têm vozes extremamente parecidas com a minha, são extremamente carismáticos e têm condições até de me superar'', elogiou.




Criação de cabras
Hora de pegar o carro e conhecer o rebanho de ovelhas de Bell, que cria os animais apenas para exposição. Ao lado, uma criação de cabras que servem como ''amas-de-leite'' das ovelhas. ''Elas só tomam leite de cabra, então achei mais interessante criar cabras também. E também adoro minhas galinhas, que ficam andando por aí. Não como nenhuma, só aproveito os ovos, é só pelo prazer mesmo de vê-las mexendo a terra'', contou o ''fazendeiro''. Dali, Bell voltou para casa, e o cozido, após uma hora de muito papo e passeio, já estava pronto, e todos o aguardavam para o almoço. ''Rapaz, adoramos comer, beber bem, dar risada, essas coisas. Acho que, por isso, estou com 55 anos e nunca envelheci! Esse é o meu segredo de felicidade'', resumiu



Fonte: Revista Contigo

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